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Troço 2 | Avelanoso - Constantim

PERFIL

  • Extensão: 15.20 km
  • Altitude máxima: 849m (entre Cicouro e Constantim)
  • Altitude mínima: 698m (S. Martinho de Angueira)

 

Avelanoso é uma pequena povoação muito antiga, no sopé da serra da Mó, edificada nas proximidades de um castro, datando pelo menos da Idade do Ferro, posteriormente romanizado. A aldeia mantém ainda um núcleo embrionário basicamente edificado em xisto com reforço estrutural de granito. Avelanoso é referido pela primeira vez, na documentação oficial, nas Inquirições de 1258, ordenadas por D. Afonso III.

É aqui a Porta do segundo troço da Rota.

Tome o caminho para S. Martinho de Angueira. Passada a ribeira da Lagoaça, que alimenta os lameiros que marginam a estrada, terá ao fim de uma pequena subida um parque de merendas. Pouco adiante chega à Cruz Branca, um cruzamento de estradas que delimita os concelhos de Vimioso e Miranda do Douro. A transversal leva-o a Caçarelhos ou à fronteira das Três Marras, a pouco mais de dois quilómetros. Seguindo a direção de Caçarelhos, após 5 km chega-se a Angueira, se lá não foi quando desviou a S. Joanico. 

Retomando a EM 542, segue em direção a S. Martinho. O planalto mantém as suas características, com terreno xistoso, ocre, matos e retalhos de secadal, sobro e azinho mais ou menos disperso. Os freixos adquirem agora expressão crescente e é persistente a insistência no povoamento de castanheiros, retalhando manchas pouco sucedidas de pinhal.

Vai contornar o Alto da Vigia, uma elevação perfurada pelas galerias das antigas minas de estanho de Codeço, donde são já visíveis as Penhas da Felgueira e das Três Marras, sobre um afloramento quartzítico que se prolonga pela Serra de Mourigo, estabelecendo a fronteira entre Portugal e Espanha.

Por alturas de 1809, a fronteira transmontana era permanentemente ameaçada pelos espanhóis, daí a portaria do Conselheiro de Guerra desta província, com data de 21 de janeiro do mesmo ano, que apontava para a imediata e pronta fortificação, não só de Avelanoso, como de outros lugares.

E está chegado a S. Martinho de Angueira, sobre o rio Angueira, escassos quilómetros a montante da já referida povoação do mesmo nome. A circunstância desta freguesia abranger uma zona geológica de contacto xisto-granito enfatiza aqui a combinação destes materiais que era já patente nas povoações anteriores. Visite pelo menos a Igreja Matriz. A primeira referência histórica a S. Martinho de Angueira, que se conhece, é um documento de doação de umas casas ao Mosteiro de Sanabria, em 1211.

Prossiga agora em direção a Cicouro, mas se tiver tempo faça um pequeno desvio à direita pela ponte da Matança e tome a estrada que conduz a Malhadas. São cinco ou seis quilómetros e não se vai arrepender, pois terá oportunidade de conhecer o Santuário da Senhora do Nazo, não muito longe da pequena aldeia de Especiosa. É devoção muito antiga, seguramente medieval, com culto em toda a terra de Miranda e festeja a Natividade da Virgem. A posição sobranceira da Igreja, com cinco capelas ao redor, proporciona vistas magníficas sobre o extenso planalto.

Se optou e bem por ir à Senhora do Nazo, volte de novo a S. Martinho para retomar o caminho de Cicouro. A planura é empolada a meia distância, mas apenas ligeiramente, na Cabeça Gorda, mantendo o nivelamento até à Capela de Santo Amaro, conceção contemporânea (1992) do Arq. Michele Cannatà sobre o embasamento de um templo seiscentista (1633) da mesma invocação.

Chegou a Cicouro e está a pouco mais de um quilómetro da fronteira.

A povoação é em tudo semelhante às que acabou de atravessar, onde o xisto, por vezes quase rubro, é ainda um aspeto dominante no edificado.

O segundo troço da Rota está a chegar ao fim com a aproximação de Constantim, seguindo a estrada pela raia fronteiriça entre montados de sobro e azinho.