Povoado fortificado sobranceiro ao rio Sabor. A sua localização geográfica é destituída de controlo geoestratégico da área envolvente. O povoado é circundado por todos os lados menos um pelo rio. Esta implantação permite-lhe boas condições de defesa natural. No sector mais desprotegido, a sul, foi dotado de um profundo fosso escavado na rocha, que separa o povoado da linha de cumeada por onde poderia ser efetuado um fácil acesso. Sobre o fosso existe um torreão, do qual parte uma muralha, que o rodeia por todos os lados, formando um recinto elíptico.
Na época romana o povoado estendeu-se para fora de muralhas, no sentido norte, onde se desenvolve um terraço fluvial. Aqui é possível detetar grandes quantidades de materiais deste período, como tégula, imbrex, tijolo, cerâmica comum, que continuamente são colocados a descoberto pela prática agrícola.
Do Arrabalde de Gimonde são ainda provenientes uma relha e um arado, recolhidos por Leite de Vasconcellos e oferecidos ao Museu de Bragança. Há ainda notícia do aparecimento de metais diversos, duas moedas romanas, um machado, mós manuais e alguns fragmentos terra sigillata.
Em 1995 foi aqui efetuada uma intervenção arqueológica de emergência que permitiu o reconhecimento de algumas estruturas, entre as quais foi identificada uma forja. A mesma intervenção permitiu ainda recolher um pedestal epigrafado, com a inscrição BONO / R P NATO um fragmento de estela e uma estela anepígrafa. Na margem oposta do rio Sabor, passava a via XVII, que ligava Bracara Augusta a Asturica Augusta, conferindo ao local uma situação privilegiada em relação a este eixo de circulação.
Classificação Imóvel de Interesse Público (Decreto n.º 29/90, DR, I Série, n.º 163, de 17-07-1990)