O Castro de Vila Velha também designado, Castro Vicente, Castro Cabecinha, Senhor da Fraga, Santo Cristocabeço de Santo Cristo é um relevo destacado que emerge a sudeste da aldeia de Castro Vicente. O monte de Santo Cristo, também designado como Senhor da Fraga, possui excelentes condições de defesa natural, uma vez que beneficia de acentuadas pendentes, algumas delas em forma de arriba, que impossibilitam qualquer tipo de acesso através dos sectores oriental, sul e ocidental.
Situa-se a norte o istmo que permite o acesso ao interior de uma vasta plataforma de contornos aplanados. É aqui que se detetam os parcos vestígios estruturais do complexo defensivo. Atualmente apenas é possível percecionar pequenos troços de uma muralha com um aparelho ligado por argamassas e cuja tipologia revela uma cronologia posterior à época castreja. Os troços atualmente visíveis possuem uma espessura próxima dos 2 metros, rasgando-se uma possível porta que permitia o acesso ao interior do perímetro amuralhado. No interior do recinto o solo apresenta-se juncado de uma grande quantidade de materiais cerâmicos, sendo de salientar a tegula, imbrex, cerâmica comum, fragmentos de dolium, tijolo e fragmentos de terra sigillata. Algumas referências bibliográficas relatam o aparecimento de machados de pedra polida e de uma tigela de cerâmica quase completa. Apesar do local revelar uma predominância de materiais de cronologia romana é provável que a ocupação mais arcaica do sítio se tenha iniciado durante a Idade do Ferro, com o culminar da ocupação balizado na época medieval.
A capela de invocação a Santo Cristo, erguida numa das extremidades do cabeço, poderá ser uma estrutura medieval, embora tivesse sido sujeita a vários processos de remodelação que acabaram por alterar toda a sua planta e características arquitetónicas originais. Na parede exterior da cabeceira encontram-se embutidas três representações em granito com contornos antropomórficos, que poderiam ter incorporado a plástica de um anterior templo de ascendência românica. No interior deste templo foi detetado em 1983 uma estela funerária dupla com inscrição, uma ara anepígrafa e uma inscrição presumivelmente visigótica.
Classificação Imóvel de Interesse Público (Decreto n.º 40 361, DG, I Série, nº 228, de 20-10-1955)