No véspera de Natal é realizada em Miranda do Douro a tradicional fogueira do galo, cuja preparação começa logo pela manhã.
Os jovens mirandeses partem acompanhados do seu farnel, para o monte, a fim de cortar, carregar e transportar a lenha, nos típicos carros de bois para o adro da Sé. Depois dos carros carregados, faz-se uma pausa para saborear os tradicionais petiscos que compõem o farnel: bacalhau cru, alheiras, chouriças, chouriços, presunto e carne assada, acompanhado de bom pão e vinho tinto.
Ao final da tarde os mordomos organizam a partida para a cidade dos carros de lenha que são puxados por todos os rapazes que participam alegremente nesta festa. Este momento atrai a atenção de todos, até porque, os carros emitem um som característico (chiar dos carros de bois) que se ouve a grande distância, sendo um espetáculo visual e auditivo muito autêntico.
Chegados ao adro da Sé, descarregam a lenha num amontoado de troncos de árvores aí previamente colocados, e de seguida tiram as usuais fotografias na escadaria da Sé para memória futura, regressando a mocidade a casa, para em família fazer a tradicional ceia da Consoada.
No início da noite, a fogueira é acesa, sem que ninguém dê conta de quem a acendeu e por volta da meia noite os sinos tocam para a missa do galo. Toda a população comparece nesta missa, para ver a fogueira, o presépio, “beijar o menino” e entretanto ouvir os rapazes cantar as interessantes versões das tradicionais canções do “beijai o menino”.
Terminada a missa, as pessoas reúnem-se à volta da fogueira, num cordial convívio de Natal e troca mútua de votos de Boas Festas
