Em pleno centro da pequena aldeia das Veigas, a meia colina e com forte inclinação este/oeste, a Igreja de São Vicente é um dos templos que melhor caracteriza a construção religiosa transmontana dos séculos XII a XIV. A caracterização estilística não define uma datação concreta para a edificação do templo tardo-românico de cariz rural e periférico.
A Aldeia das Veigas é mencionada, pela primeira vez, nas Inquirições de D. Afonso III, em 1258. Meio século depois já é paróquia. Provavelmente a construção da igreja decorreu neste período, mas poderá ser posterior, da viragem para o século XIV.
A pintura mural foi um recurso muito frequente na época moderna, na impossibilidade de se recorrer a retábulos de madeira ou de pedra. São Lázaro, Santo André e São Miguel estão representados. Na época barroca, realizaram-se trabalhos de enriquecimento do interior, encomendando-se, então, retábulos de talha dourada.
A planta longitudinal é composta por nave, capela-mor mais alta e estreita e sacristia no lado direito. A fachada principal novecentista é em empena truncada por dupla sineira e rasgada por portal em arco abatido. As fachadas apresentam cunhais simples, remate em beiral e são rasgadas por portais escavados românicos, de dupla arquivolta, assente em impostas salientes. Na esquerda, tem janelas retangulares, em capialço, de feição maneirista. O interior apresenta coberturas de madeira, em vigamento de madeira na nave e em masseira na capela-mor, com vestígios de pinturas murais de feição maneirista. O retábulo-mor é de talha dourada e policromada em estilo nacional.
A Igreja de São Vicente, incluindo todo o seu recheio, nomeadamente pinturas murais e retábulos obtiveram Classificação de Imóvel de Interesse Público IIP - Decreto n.º 45/93, DR, I Série-B, n.º 280, de 30-11-1993